Seguidores

domingo, 23 de setembro de 2012



                                CONVERSA DE BORBOLETA


http://nananandarartesanato.blogspot.com


Cecilia se olhava no espelho. Não gostava do que via.
Gorda… desajeitada… sardenta…infeliz…
Odiava seu cabelo, inventava martírios.
Remediar a idéia que fazia dela mesma, impossível.
Tive que inventar o Conto da Conversa de Borboleta.
Levantar a auto-estima de uma menina de 6 anos não é tarefa fácil!

Havia um jardim num reino distante aonde as flores eram as mais belas.
Num cantinho escuro rente ao muro de pedras, morava uma lagarta.
Verde, pequena, redonda, cheia de pintas vermelhas.
Nariz de batata, cheia de pernas. Uma autentica taturana infeliz.
E como se queixava da vida. Nunca lhe parecera tão sombria.
Sem sol suficiente, humida!
Impossivel argumentar para que saísse da furna em que se mantinha.
Tem pessoas que agem assim. Reclamam sem nada fazerem por mudar a situação. Vivem fechadas dentro de si próprias  em auto-flagelação.

Todo o jardim se coloria em festa.
Musica dos passarinhos, bailar das águas na fonte de mármore.
Brincadeiras da brisa nas folhas, a se dobrarem na dança das estações.
Um grande baile diário do jardim. 
E a nossa pobre lagarta fechava os olhos sonhando com vestidos esvoaçantes de rara beleza.
A Mãe Natureza a havia feito feia.

Nossa pequena sofria sem notar um sono quase impossível a lhe fechar os olhos.
Tentava e não conseguia mante-los abertos e foi se enrolando em fios prateados que inconsciente tecia a volta do corpo.
E neste sono de crisálida, deu tréguas as tristezas que lhe roíam o intimo.

A brisa fresca das manhãs brincaram com a nossa amiginha como que embalando seus sonhos.
O baile de cores prosseguia nos jardins.
Vinha a chuva vergando as hastes das flores e o sol a seca-las sorridente.
A Mãe Natureza delegava poderes de supervisão aos elfos, gnomos, ondinas no controle da harmonia dos jardins.

Tremeu espreguiçando se numa manhã nossa amiguinha.
Abrira os olhos sentindo se outra. De onde viria tal emoção?
Sentia se liberta, cheia de vida nova.
Tentou se arrastar no solo e ganhou os ares. Estaria sonhando?
Sim! Com certeza era um sonho. 
Envolta nesses pensamentos pousou na flor da fonte.
Olhou para o reflexo nas águas. 
Como são lindas as borboletas!
Levou algum tempo para nossa amiguinha descobrir o milagre da vida.
Depois disso no jardim se ouviu uma cantiga baixinha de uma borboleta feliz.




Historias são contadas todos os tempos.
Mães e filhas esgrimam idéias variadas.
Minha pequena lagartinha gostava da historia inventada.
Papo de borboleta faz milagres.

Sem comentários:

Enviar um comentário